Da Redação


Em julho passado, a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) divulgou novas descobertas, após uma escavação no Parque Nacional da Cidade de David, em Jerusalém. Segundo os arqueólogos da expedição, indícios da invasão feita pelos romanos em 70 d.C. foram encontrados.

Segundo o portal Heritage Daily, a queda de Jerusalém foi a resposta do Império Romano à Grande Revolta Judaica, a primeira de muitas manifestações do povo judaico da região, em virtude do aumento de impostos e da perseguição religiosa. Em retaliação, os romanos destruíram o Segundo Templo e aprisionaram representantes religiosos e políticos de relevância para os judeus.

Jerusalém invadida

Algumas décadas após a morte de Jesus, um exército romano comandado por Céstio Galo entrou na Palestina para acabar com uma revolta. Essa invasão é confirmada por Josefo, historiador judeu que viveu naquela época. Os legionários cercaram Jerusalém e pareciam confiantes na captura dela. De repente, Galo ordenou uma retirada. Segundo Eusébio, historiador eclesiástico, os cristãos judeus aproveitaram essa oportunidade e fugiram para Pela, uma cidade na região montanhosa de Decápolis.

Alguns anos mais tarde, em 70 EC, outro exército romano, comandado pelo General Tito, sitiou a capital judaica. Dessa vez, os soldados terminaram o trabalho iniciado por Céstio Galo e arrasaram a cidade. Centenas de milhares de pessoas ficaram encurraladas em Jerusalém e morreram.

Aproximadamente 2 mil anos depois da queda do Segundo Templo e da queima de Jerusalém, um grupo de especialistas encontrou alguns restos das construções que foram derrubadas na “Estrada dos Peregrinos”, a via principal da cidade na época.

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Descobertas históricas

Em meio aos escombros dos prédios, os arqueólogos encontraram vasos e pesos de pedra, uma tigela de bronze e até uma moeda, que data do segundo ano da Grande Revolta. Nela, é possível encontrar a frase “Pela liberdade de Sião”, que segundo Yaniv David Levy, que atua no departamento de moedas da IAA, foi furada deliberadamente, pois, segundo ele, “a moeda foi perfurada deliberadamente para permitir que fosse pendurada. A identidade da pessoa a quem a moeda pertencia provavelmente nunca será conhecida, mas preservar objetos como lembranças não é um fenômeno novo”, esclareceu Levy.

O pesquisador também explicou que o grupo de especialistas acredita que as moedas do período asmoneu (140 e 116 a.C.) foram preservadas por uma família de judeus em uma caverna em meio a Segunda Revolta.
A tragédia deles nos permitiu encontrar essas moedas juntos e entender que os rebeldes, liderados por Shimon Bar Kokhba, viram importância nessas moedas e as levaram com eles para o refúgio. Essas moedas não tinham nenhum valor econômico e eram guardadas como lembranças”, disse Levy.

Ele também afirmou que, mesmo com a existência de casos onde soldados do Império Romano tomaram as moedas dos judeus como lembrancinhas, comprovado pela descoberta das mesmas em bases militares por toda a Europa, os arqueólogos acreditam que os exemplares recém-descobertos pertenciam a um judeu.

Rikki Zalut Har-Tuv e Shlomo Greenberg, lideres da escavação, explicaram a importância dos novos achados: “Todas essas descobertas juntas mostram um retrato das vidas dos residentes que viviam em Jerusalém pouco antes da destruição”, disseram os diretores.

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