Da Redação
A Secure Community Network (SCN) é hoje a principal agência de segurança para instituições judaicas nos Estados Unidos. Criada após o 11 de setembro pela Federação Judaica da América do Norte (JFNA), se expandiu consideravelmente nos últimos cinco anos devido ao aumento no antissemitismo, principalmente após o ataque mais mortal da história dos EUA, na sinagoga Árvore da Vida, em 27 de outubro de 2018, onde 11 pessoas foram mortas.
Sua sala de operações em Chicago monitora constantemente informações e ameaças vindas de todo o país, incluindo tiroteios, ameaças de bomba e publicações antissemitas agressivas, alertando milhares de sinagogas, centros comunitários e escolas em risco.
Diante desse cenário, a Casa Branca anunciou recentemente um programa que visa combater o antissemitismo, envolvendo diversas agências e focando em treinamento e prevenção. Além disso, a JFNA levantou US$ 62 milhões para garantir a segurança das comunidades judaicas em todo o continente.
A estratégia inclui quatro pilares: melhorar a segurança, combater a discriminação antissemita e um esforço interagências para melhorar a denúncia de crimes de ódio, foi informada por conversas com várias partes interessadas, incluindo a liderança da Secure Community Network (SCN).
A SCN coordena grande parte dessa iniciativa, contando com uma equipe de 75 funcionários atuando em todo o país. Bradley Orsini, ex-agente do FBI e conselheiro sênior de segurança nacional do grupo, ajudou a desenvolver a abordagem que a SCN compartilha com as federações locais.
Segundo um relatório da Liga Antidifamação, em 2021 houve 3,7 mil casos de assédio, vandalismo ou ataques antissemitas nos EUA, o número mais alto registrado nos últimos 43 anos. O FBI também constatou que o índice de crimes de ódio está aumentando, sendo que quase dois terços dos crimes de ódio com motivação religiosa têm como alvo os judeus.
A SCN tem se adaptado para enfrentar a crescente ameaça do antissemitismo, usando uma abordagem epidemiológica no monitoramento das ameaças e buscando constantemente os sinais de perigo na internet. Os analistas acompanham cerca de 1,3 mil indivíduos em canais específicos, compartilhando informações preocupantes com as autoridades policiais.
Apesar da necessidade de maior vigilância, algumas pessoas ainda resistem à ideia de medidas de segurança mais rígidas. No entanto, os recentes episódios de violência, como o ocorrido na sinagoga do Texas no ano passado, mostram que a necessidade de proteção e prevenção é cada vez mais urgente.